Luto
Morre o Piritibano Wilson Aragão, cantor e compositor, aos 75 anos
Fonte: Por Ronne Oliveira/Bahia Notícias parceiro do Blogbraga
25/05/2025
Foto: Reprodução / Redes Sociais
Um dia triste para a comunidade sertaneja baiana. Faleceu neste sábado (24), em Salvador, o cantor, compositor e poeta Wilson Aragão, aos 75 anos. Natural de Piritiba, no interior da Bahia, Aragão era uma das vozes mais marcantes da música nordestina e um símbolo cultural de sua terra natal. A causa da morte não foi oficialmente confirmada, mas o artista enfrentava um câncer no fígado. Ele deixa esposa e três filhos.
Com seu jeito simples e a alma sertaneja, Wilson Aragão construiu um legado artístico insubstituível. Exaltava sua cidade em suas canções e levava o nome de Piritiba com orgulho aos palcos do Brasil. Entre suas composições mais conhecidas está Capim Guiné, música imortalizada na voz de Raul Seixas.
Wilson começou sua carreira ainda jovem, cantando em corais de igrejas e escolas. Mesmo vindo de uma família evangélica que restringia o acesso a certos estilos musicais, ele já demonstrava seu talento por meio da escrita, da pintura e das composições. Mais tarde, já em São Paulo, onde foi morar após a separação dos pais, começou a mostrar suas músicas a amigos e artistas, dando início à carreira musical.
O sucesso com Raul Seixas abriu portas para uma trajetória que levou o artista a rádios, televisões e aos palcos de diversas partes do país. Para os moradores de Piritiba, Wilson Aragão era mais que um artista: era um filho ilustre e um verdadeiro porta-voz da cultura local.
Neste momento de tristeza, a equipe do Blogbaga, na pessoa do diretor Edivaldo Braga e conterrâneo de Wilson Aragão, se solidariza e externa as suas sinceras condolências, pedindo a Deus que ampare e conforte os corações dos familiares e amigos, por essa irreparável perda.
Letras - Capim Guiné
Plantei um sitio no sertão de Piritiba
Dois de pés de guataíba, cajú, manga e cajá
Peguei na enxada como pega um catingueiro
Fiz aceiro botei fogo, vá ver como é que tá
Tem abacate, genipapo, bananeira
Milho verde, macaxeira, como diz no Ceará
Cebola, coentro, andú, feijão de corda
Vinte porco na engorda, inté gado no currá
Com muita raça fiz tudo aqui sózinho
Nem um pé de passarinho veio a terra semeá
Agora veja, cumpadi a safadeza
Começou a marvadeza, todo bicho vem prá cá
Num planto capim-guiné
Prá boi abaná rabo
Eu tô virado no Diabo, eu tô retado cum você
Tá vendo tudo e fica aí parado
Com cara de veado que viu caxinguelê
Sussuarana só fez perversidade
Pardal foi prá cidade
Piruá minha saqué, qué, qué
Dona raposa só vive na mardade
Me faça a caridade, se vire dê no pé
Sagui trepado no pé da goiabeira
Sariguê na macacheira, tem inté tamanduá
Minhas galinha já não ficam mais paradas
E o galo de madrugada tem medo de cantar
Num planto capim-guiné
Pra boi abaná rabo
Eu tô virado no Diabo, eu tô retado cum você
Tá vendo tudo e fica aí parado
Com cara de veado que viu caxinguelê
Num planto capim-guiné
Pra boi abaná rabo
Tô virado do Diabo, eu tô retado cum você
Tá vendo tudo e fica aí parado
Com cara de veado que viu caxinguelê
Num planto capim-guiné
Pra boi abaná rabo
Eu tô virado no Diabo
Eu tô é, eu tô é retado cum você (Hum acuma?)
Tá vendo tudo e fica aí parado
Com cara de viado homi, que viu caxinguelê
Acumá? Acuma é?
Don d'hoje ele chega meu nego
Oxenti
A piritiba, uma saudade arretada
Fonte: Musixmatch
Compositores: Raul Seixas / Wilson Aragao
Letra de Capim Guiné © Warner/chappell Edicoes Musicais Ltda